Entre o embarque e o agora: o que as viagens me ensinaram sobre ser e estar?

Nem sempre é sobre o destino, mas sobre o que ele desperta em nós!

Por Karlla Bellini, Diretora de Marketing e Produtos da Tre Boutique Travel

---

Viajar é, pra mim, um dos maiores exercícios de presença. Presença não é só estar em um lugar, mas se conectar com ele — sentir o cheiro, o clima, o ritmo das pessoas e das ruas. É se permitir viver o agora com todos os sentidos.

Em um mundo onde tudo é imediato e compartilhado em tempo real, a presença virou um desafio. Muitas vezes estamos em lugares incríveis, mas com a cabeça em outro canto. E é justamente nas viagens que eu consigo me reconectar com o que realmente importa: o momento.

Gosto de observar como o tempo muda de ritmo quando a gente se entrega. Parar pra olhar o mar, caminhar sem pressa, tomar um café em silêncio. São gestos simples, mas é neles que mora o verdadeiro prazer de estar.

O turismo de luxo costuma falar de conforto e exclusividade, mas o luxo, pra mim, está na autenticidade. Em viver experiências que têm a ver com a sua essência — e não com o que é tendência. Eu sou apaixonada por gastronomia, e o que me encanta é descobrir restaurantes locais, cheios de histórias e sabores que me conectam à cultura do destino. Esse tipo de experiência fica pra sempre — são memórias que a gente sente, não só lembra.

Cada viagem me ensina algo novo, mas foi na Itália, com meus filhos, que aprendi de verdade sobre presença. Ver o encantamento deles diante de paisagens, comidas e lugares que eu tanto amo me fez desacelerar. Pela primeira vez, viajei sem pensar no trabalho, apenas vivendo o momento — e entendendo o quanto estar com eles, inteira, era o maior presente que eu podia me dar.

Já em Orlando, uma viagem completamente diferente, vivi o lado leve do estar presente. Foi uma fase em que eu queria apenas aproveitar, sem pressa, sem planos demais. Lembro de uma tarde tomando café em Winter Garden e depois um happy hour tranquilo — momentos simples que me fizeram perceber que a beleza também está no cotidiano, quando a gente se permite sentir.

Alguns destinos me ensinam calma, outros me lembram de sonhar mais alto. Há lugares que me reconectam à minha essência e outros que me desafiam a ser diferente. Todos, de alguma forma, me transformam. Cada viagem me convida a desapegar — do controle, das expectativas, dos planos — e abrir espaço para o novo.

Desapego, pra mim, é sobre deixar o tempo fluir. É entender que nem tudo precisa estar sob controle e que as coisas têm seu próprio ritmo. Aprendi isso na prática — com o tempo, com mudanças, com recomeços. Hoje, vivo com mais leveza e acredito que tudo acontece quando precisa acontecer.

Essa visão guia o meu trabalho. Na Tre Boutique Travel, cada roteiro nasce de uma escuta atenta. Meus clientes confiam no meu olhar e na forma como traduzimos o estilo de vida de cada um em uma viagem. E é essa troca que faz tudo fluir. A Tre nasceu assim — de encontros, ideias e afinidades que simplesmente se encaixaram.

Viajar me ensinou que o tempo é relativo e que o controle é só uma ilusão. No fim, o que realmente temos é o agora.

Se você está prestes a viajar, permita-se viver o momento. Observe, sinta, desacelere. Porque o verdadeiro luxo está nisso: estar inteiro onde você está.

Estar presente é o verdadeiro privilégio: é quando o tempo pausa e a vida se torna arte, mesmo que por um instante.